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A intenção central desta exposição era organizar duas salas "gêmeas", nas quais a disposição das obras fosse semelhante. Assim, o primeiro espaço tinha o caráter de uma antecâmara, onde se encontravam objetos e operações que representavam esquemas das obras do espaço principal.
A disposição dos pontos de iluminação nos dois espaços foi feita ora diretamente, ora indiretamente sobre as obras. Na primeira sala, por exemplo, o ponto de luz foi posicionado no teto, sobre a estrutura vazada de ferro (fig. 13), projetando assim a sombra da estrutura diretamente sobre o piso do espaço, tornando a pintura que simula uma sombra feita na parede um truque que engana a percepção do observador.
Parte da iluminação dos dois espaços foi desligada ou substituída por lâmpadas de menor intensidade luminosa, tornando o espaço escuro – imerso em sombras. Com isso, a percepção do lugar e das obras torna-se mais turva: os contornos e limites das duas salas, das pinturas, das duas estruturas de ferro e dos dois chassis de feltro tornam-se imprecisos à vista, como se o espaço e as obras estivessem prestes a diluir seus limites um no outro.
Essa penumbra produz uma sensação cênica, na qual os feixes de luz têm a função de destacar determinadas ações dentro do espaço expositivo, guiando o observador para dentro da exposição. É como se as relações claro-escuro contidas em algumas das pinturas fossem extrapoladas para o espaço.
Por Renato Castanhari
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